Você não está exausta à toa: por que a jornada com TEA te sobrecarrega (e como encontrar alívio)

 

Você não está exausta à toa: por que a jornada com TEA te sobrecarrega (e como encontrar alívio)

Publicado em: | Categoria: A Jornada da Mãe Especialista

Mãe cansada sentada ao lado da piscina observando a criança brincar
A sobrecarga da rotina pode ser invisível — reconhecer isso é o primeiro passo para agir.

Sabe aquela sensação de carregar o mundo nas costas? No dia a dia de quem cuida de uma criança com TEA, noites mal dormidas, ansiedade pelo futuro e a busca por profissionais competentes tornam-se rotina. Você não está sozinha — e sua exaustão não é exagero.

Por que a jornada com TEA gera sobrecarga?

A sobrecarga vem da combinação de fatores práticos, emocionais e sociais. Alguns dos principais são:

  • Atrasos no diagnóstico e a incerteza inicial que consome tempo e energia;
  • Logística e terapias: agendas cheias, deslocamentos, coordenação entre profissionais;
  • Demandas sensoriais e comportamentais que exigem vigilância constante;
  • Burocracia e busca por direitos (acessibilidade, laudos, suporte escolar);
  • Isolamento social — familiares e amigos que não entendem, julgamentos e perda de redes de apoio;
  • Carga emocional diária: culpa, vigilância e a necessidade de ser sempre forte.

Impactos emocionais e na identidade

Além do cansaço físico, muitas mães e cuidadores relatam perda de identidade: “Não sei mais quem eu sou além de cuidadora”. Isso pode evoluir para ansiedade, depressão e sensação crônica de esgotamento. A culpa, muitas vezes, aparece como resposta à ideia de que “deveria dar conta”.

Criança sorrindo na piscina durante atividade aquática
Atividades bem planejadas podem transformar o momento aquático em segurança e progresso — para a criança e para a família.

Passos práticos para encontrar alívio

Abaixo estão ações concretas que muitas famílias conseguem adotar sem esperar mudanças externas:

1. Adquirir conhecimento técnico

Ter ferramentas práticas (estratégias de comunicação, rotinas sensoriais, adaptação de atividades) reduz a ansiedade. Informação transforma incerteza em ação.

2. Construir uma rede de suporte

Procure grupos de pais, profissionais locais e comunidades online. Compartilhar experiências diminui a sensação de isolamento e oferece soluções testadas.

3. Ritualizar autocuidado

Pequenas pausas, delegar tarefas e definir limites não são egoísmo — são estratégias de sobrevivência. Mesmo 15–30 minutos de descanso por dia fazem diferença.

4. Planejar e documentar

Crie um plano simples de objetivos (ex.: metas semanais de habilidades), registre pequenas vitórias e compartilhe progressos com profissionais e família.

Como o Método V.I.V.A. ajuda (visão prática)

O Método V.I.V.A. — Vínculo, Inclusão, Valorização, Autonomia — foi pensado para integrar avanços técnicos com suporte emocional:

  • Vínculo: atividades que fortalecem a confiança antes de qualquer demanda;
  • Inclusão: adaptações que respeitam o ritmo sensorial da criança;
  • Valorização: reforço constante das pequenas conquistas para aumentar motivação;
  • Autonomia: estratégias graduais para que a criança execute ações com segurança.

Essas bases são ensinadas em atividades práticas para que você, como cuidador, se torne mais técnico e confiante — a famosa “mãe especialista” que sabe quando insistir, quando adaptar e como celebrar cada passo.

Pequenas mudanças, grande impacto

O objetivo não é transformar tudo de uma vez, mas dar passos consistentes que gerem segurança e previsibilidade. Quando a rotina tem pequenos sinais de progresso, a fadiga diminui — e a confiança cresce.

Próximos passos

Nos próximos textos, vou trazer: exemplos práticos de atividades aquáticas, roteiros semanais para começar em casa e como adaptar intervenções para diferentes sensibilidades sensoriais. Se preferir, comece baixando o ebook — ele reúne tudo isso em um guia simples.

Escrito por — Fundadora e Instrutora do Mergulho Atípico


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