Psicomotricidade no TEA: panorama baseado em evidências e ganhos esperados
Publicado em: 24/09/2025 | Categoria: Intervenções Baseadas em Evidências
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam desafios motores desde cedo: equilíbrio, coordenação, planejamento motor e habilidades finas. Esses aspectos não fazem parte dos critérios diagnósticos centrais, mas impactam diretamente a autonomia e a participação social.

Atividades psicomotoras planejadas ajudam a desenvolver equilíbrio, coordenação e confiança em crianças com TEA.
Déficits motores comuns no TEA
- Coordenação motora grossa rebaixada: corrida, saltos e controle de objetos.
- Habilidades finas e destreza manual inferiores, com impacto na escrita e no uso de utensílios.
- Equilíbrio estático e dinâmico comprometidos, gerando insegurança em tarefas simples.
- Planejamento motor prejudicado: dificuldade em sequenciar gestos e ações.
- Padrões de marcha atípicos, como caminhar na ponta dos pés.
- Interferência do processamento sensorial atípico no desempenho motor.
Ganhos esperados com intervenções psicomotoras
Quando bem estruturadas, as intervenções psicomotoras trazem melhorias visíveis:
- Mais equilíbrio e estabilidade postural.
- Melhora da coordenação olho-mão e destreza fina.
- Redução de estereotipias e melhor tolerância sensorial.
- Maior autonomia em atividades do dia a dia, como vestir-se ou segurar talheres.
- Engajamento social em esportes adaptados e brincadeiras coletivas.

Exemplos práticos de atividades psicomotoras
Com base em evidências, alguns exercícios que podem ser adaptados em casa ou em contexto clínico:
- Circuitos de coordenação grossa: trilhas com cones, saltos em marcações e arremessos a alvos.
- Motricidade fina: massinha com resistência, prendedores e atividades bimanualizadas.
- Equilíbrio: caminhada em linha reta, pranchas instáveis e jogos de dupla tarefa.
- Integração sensorial: puxar/empurrar objetos, balanços controlados e variação tátil previsível.
- Atividades aquáticas: jogos na água que estimulam regulação sensorial e controle postural.
- Jogos cooperativos: turnos, metas compartilhadas e regras simples para estimular habilidades sociais e motoras.
Essas atividades devem sempre respeitar o perfil sensorial da criança e ser apresentadas de forma gradual e lúdica.
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